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  • Foto do escritorLaHibrid

Sobre braços que não abraçam, mas carregam

Atualizado: 7 de abr. de 2020

Em tempos pandêmicos, uma grande preocupação tem recaído sobre as populações em grande situação de vulnerabilidade social. Como manter a higiene de mãos em uma realidade onde falta água, inclusive para o consumo da população? E o fortalecimento da imunidade através da alimentação, tão recomendada por especialistas, em um cenário onde o vazio na dispensa e no fogão (quando ele existe) é uma constante? Texto de Danielle Ichiruka.


Foto de André Casalle.


Diversos movimentos autônomos vem surgindo na cidade de São Paulo com olhar solidário para esta realidade. O exemplo deste texto será o Parque Fazendinha.


O Parque Fazendinha fica localizado no Jardim Colombo, no Complexo Paraisópolis, periferia de São Paulo. Hoje contabilizam 15.000 famílias residentes no território. O local que anos atrás era uma pequena fazenda, se tornou ponto de descarte de entulho e hoje está se transformando em parque. O projeto conta com a ajuda dos próprios moradores, parceiros e colaboradores, e aos poucos tem transformando esse espaço, que até então será o primeiro local de lazer para a comunidade. O projeto já realizou diversas atividades, como oficinas de paisagismo e marcenaria, mutirões de limpeza, horta comunitária, shows, roda de conversa, e atualmente atua diretamente com a comunidade no suporte de insumos e apoios diversos no combate a disseminação do coronavírus (Covid-19) entre moradores.O interlocutor deste texto foi Erik Luan, aluno de graduação no curso de Saúde Pública na Faculdade de Saúde Pública da USP, atual diretor financeiro do projeto. Desde o início da pandemia os colaboradores se mobilizaram, pensando inicialmente em prover cestas básicas para os moradores da comunidade, recolheram doações e a primeira ação totalizou 27 cestas já entregues.


De acordo com Erik a equipe de trabalho está reduzida pois parte significativa dos membros do projeto estão incluídos na população de risco à infecção (maiores de 60 anos e com doenças preexistentes).Atualmente apenas quatro pessoas são responsáveis pela rotina de compra dos insumos e triagem das doações, alimentação de planilhas de controle e entrega em domicílio dos donativos. Após a primeira circulação de entregas a equipe se deparou com outros desafios,por exemplo a quantidade de crianças e jovens nas ruas. Pensando na proteção dos mais velhos que podem ser infectados caso as crianças entrem em contato com o vírus a equipe começou a solicitar e receber também doações de livros e materiais educativos para motivar a permanência em casa, com possibilidades lúdicas de lazer.


Além disso, outras situações delicadas foram encontradas, Erik conta sobre o episódio de entrega de mantimentos para um senhor idoso e com restrição de mobilidade, notaram a ausência de fogão para cozinhar além da dificuldade de acesso à água potável. Segundo ele, outro grande desafio se refere a grande parte dos moradores que se encontram desempregados ou trabalham na informalidade,sofrendo desde então com a incerteza e o medo, da doença e da fome.


Apoie uma família!

https://www.fazendinhando.org/

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